sábado, 26 de abril de 2008
A primeira vez
Não, não é dessa vez que estou a falar. Dessa já ninguém se lembra.
É a primeira vez que escrevo uma história neste blog, sob o proposto que me comprometi no post introdutório da Associação Contra As Gajas.
O título desta crónica é: "Não se pode viver com elas, mas também não se pode viver sem elas"
O título parece óbvio e é provavelmente a frase mais utilizada por esse Portugal fora sempre que o Homem não resiste e volta a sua namorada.
Mas, olhando a frase na sua profundidade, merece ampla reflexão.
Toca o telefone.
"Estou." - diz ele, com voz ensonada - "Adormeci, desculpa não ter ligado ontem."
"És sempre a mesma coisa. Fico à espera acordada e não ligas. Adormeces sempre. Podias pelo menos ter mandado uma mensagem a dizer que te ias deitar."- responde ela numa voz irada de quem esperou horas por um telefonema de boa noite, e no entanto, não teve coragem de ser ela a ligar.
Não era a primeira vez que acontecia. A necessidade de contacto permanente, da parte dela, era constante, fazendo da relação quantas vezes um inferno.
"Estamos de férias, não sejas assim. Calma." - retorquiu ele
"Olha, se quiseres liga-me daqui a bocado para combinarmos qualquer coisa. Adeus (nem beijinhos)". E desligou.
João acordou. Tratou da sua higiene diaria e, ao pequeno-almoço, perguntou-se se lhe deveria ligar de volta depois do escândalo ao telefone.
A verdade é que não ligou. Mandou uma mensagem a dizer que não se poderia encontrar com ela.
Inclusivamente, tinha-se comprometido com a Mãe a ir à Loja do Cidadão e durante a tarde ficou sem bateria.
À noite, o escândalo no café onde os amigos se costumam encontrar estalou.
As ofensas e as questões permanentes sobre onde tinha estado naquela tarde deram em zanga da séria e alguns dias sem se falarem.
Têm ambos quinze anos, colegas de liceu e namorados.
Mas se tivessem vinte, ou trinta, seria a mesma coisa.
O sentimento de possessão em excesso torna qualquer homem infeliz.
Não podia a relação ser mais saudável?, questionava-se.
Era a primeira vez que o João tinha uma namorada e se chateava com ela.
Aqueles dias custaram-lhe, mas não lhe disse nada.
Ao terceiro dia, tocou o telemóvel: "Tenho saudade tuas"- dizia a mensagem escrita
Ele, perante um misto de dúvidas pois também sentia saudade, apenas respondeu: "Eu já estou de novo com saudades de quando não dizias nada."
Custou. Gostava dela. Mas percebeu que não resultava e que o tempo tudo curava.
Vai ser um Homem feliz. Desde a primeira vez mostrou que sabe o que quer.
Ser contra as gajas, inclui resistir as gajas e começar cedo a saber viver sem elas.
É a primeira vez que escrevo uma história neste blog, sob o proposto que me comprometi no post introdutório da Associação Contra As Gajas.
O título desta crónica é: "Não se pode viver com elas, mas também não se pode viver sem elas"
O título parece óbvio e é provavelmente a frase mais utilizada por esse Portugal fora sempre que o Homem não resiste e volta a sua namorada.
Mas, olhando a frase na sua profundidade, merece ampla reflexão.
Toca o telefone.
"Estou." - diz ele, com voz ensonada - "Adormeci, desculpa não ter ligado ontem."
"És sempre a mesma coisa. Fico à espera acordada e não ligas. Adormeces sempre. Podias pelo menos ter mandado uma mensagem a dizer que te ias deitar."- responde ela numa voz irada de quem esperou horas por um telefonema de boa noite, e no entanto, não teve coragem de ser ela a ligar.
Não era a primeira vez que acontecia. A necessidade de contacto permanente, da parte dela, era constante, fazendo da relação quantas vezes um inferno.
"Estamos de férias, não sejas assim. Calma." - retorquiu ele
"Olha, se quiseres liga-me daqui a bocado para combinarmos qualquer coisa. Adeus (nem beijinhos)". E desligou.
João acordou. Tratou da sua higiene diaria e, ao pequeno-almoço, perguntou-se se lhe deveria ligar de volta depois do escândalo ao telefone.
A verdade é que não ligou. Mandou uma mensagem a dizer que não se poderia encontrar com ela.
Inclusivamente, tinha-se comprometido com a Mãe a ir à Loja do Cidadão e durante a tarde ficou sem bateria.
À noite, o escândalo no café onde os amigos se costumam encontrar estalou.
As ofensas e as questões permanentes sobre onde tinha estado naquela tarde deram em zanga da séria e alguns dias sem se falarem.
Têm ambos quinze anos, colegas de liceu e namorados.
Mas se tivessem vinte, ou trinta, seria a mesma coisa.
O sentimento de possessão em excesso torna qualquer homem infeliz.
Não podia a relação ser mais saudável?, questionava-se.
Era a primeira vez que o João tinha uma namorada e se chateava com ela.
Aqueles dias custaram-lhe, mas não lhe disse nada.
Ao terceiro dia, tocou o telemóvel: "Tenho saudade tuas"- dizia a mensagem escrita
Ele, perante um misto de dúvidas pois também sentia saudade, apenas respondeu: "Eu já estou de novo com saudades de quando não dizias nada."
Custou. Gostava dela. Mas percebeu que não resultava e que o tempo tudo curava.
Vai ser um Homem feliz. Desde a primeira vez mostrou que sabe o que quer.
Ser contra as gajas, inclui resistir as gajas e começar cedo a saber viver sem elas.
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3 comentários:
Tinha escrito uma mensagem e aquilo desapareceu...
Gaja ou gajo, até eu lhe dava um biqueiro... pessoas ciumentas, possessivas, inseguras e controladoras... não há paciência!
Foste ao meu blog publicitar o teu. Vim espreitar. “Quem sabe se não sou eu quem ainda aprendo algo com eles…?”. Pensei eu. Decidi ir ao início para me “contextualizar”, e eis que me deparo já com isto…
Diz-me Miguel, também resistes assim às gajas, ou és mesmo só contra elas?
Just asking boy… :P
Viva!
Bem vinda!
Aconselho-te a ler todo o blog para começares a conhecer bem a nossa personalidade e começares a encontrar resposta para a tua pergunta.
Mas respondendo e fazendo uma pergunta:
Um bocadinho dos dois e "eis que me deparo com isto" significa reconhecimento?
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