Mais independentes e emancipadas

Gosto de ver televisão em horário nobre. Enquanto estou sentado no meu confortável sofá, o teor das notícias do telejornal e as novelas, ou qualquer outro programa em qualquer canal da TV Cabo a essa hora, são tão fracos que me permitem relaxar e deixar-me pensar, como gosto, no que me apetecer.

Hoje, dia de reportagem especial na TVI, fizeram-me o favor de me ajudar com esta minha profissão de blogger. O tema da reportagem era "mulheres do século XXI: mais independentes e emancipadas", uma "bebedeira de indepedência" que criará um homem mais assustado.

É claro que a vontade de desligar a televisão e ir ver vídeos no youporn na internet foi constante, mas as profissões e o trabalho exigem sacrifício e, como tal, optei pela técnica dos plebeísmos e dos fortes palavrões, e resisti ver o programa até ao fim.

Nada contra, como já escrevi várias vezes, uma mulher sexualmente liberada e com os mesmos direitos, liberdades e garantias na procura do emprego e o mesmo tipo de carro nas empresas.

Mas não façam uma reportagem sobre "mulheres mais independentes e emancipadas" quando, na verdade, todos os exemplos que apresentam são apenas de mulheres mais desinibidas e ousadas, fazendo eu questão de estar a ser contido nas palavras, como não fui quando vi a reportagem.

Admitem que até "trocam o lugar da caça pelo de caçador". "Predadoras", como se assumem e, claro, "bem" sucedidas a longo prazo

Apregoam o serem livres e precisarem do seu espaço e do seu tempo, mas, sem se aperceberem revelam que "dormiam com o parceiro 4 noites por semana e saia a jantar fora e com os amigos 2 noites por semana". Mas quantos dias de liberdade e de tempo SÓ para si própria tem a semana desta assumida "solitária (escolheu mal a palavra, não foi?) senhora"?
A incoerência transcende-me.

E falar de "juventude dos 30 anos" e "visitar Sex Shops com 60" parece-me absurdo e ridiculo, mesmo que estas duas palavras queiram dizer exactamente a mesma coisa.
É que momentos depois, como não podia deixar de ser, aparece a Margarida Rebelo Pinto, esse grande exemplo, defendendo que a natureza da mulher não mudou , só o comportamento.
E, efectivamente, para melhor diria eu.

A Margarida Rebelo Pinto que, ao final de tanto livro escrito por si que defende a libertinagem (sim, não a liberdade) das mulheres, podia, no entanto, ser mais criativa do que usar a expressão que qualquer "cachopa" no intervalo dos 17 aos 25 usa como melhor argumento: "Pois, é que os homens que têm muitas mulheres são uns conquistadores...e as mulheres que têm muitos homens têm logo uma imagem pouco séria. É assim que a sociedade os vê."
Eu sempre achei que o caminho da sociedade é, efectivamente, copiarmos os maus exemplos.

E, exactamente, por isso é que quando começou a reportagem e vi o título pensei que seria sobre
mulheres que querem ter uma carreira, conciliá-la com filhos e família, e as quais o país não lhes dá condições.

E esperei, de facto, mesmo que assim não fosse, por "mulheres melhores exemplos"

Vivemos actualmente, para quem não sabe, num país em que o número de mortos por ano já é superior ao numero de nascimentos.
Actualmente, existem 112 idosos por cada 100 jovens, numa tendência de evolução demográfica a 30 anos, para 200 idosos por cada 100 jovens.

Mas o que é importante, no fundo, é que "os homens aceitem e se assustem" com a nova mulher do século XXI.

É um fantástico contributo para o crescimento europeu, de facto.

Mas coisa que Marta Crawford acha perfeitamente normal.

Toda a gente pode ser livre. Não se precisam é de perder valores.